Instituto Pensar - Na CPI, Catori silencia sobre lucro com vacinas anticovid

Na CPI, Catori silencia sobre lucro com vacinas anticovid

por: Iara Vidal 


Edilson Rodrigues/Agência Senado

A CPI da Pandemia no Senado ouve nesta terça-feira (24) Emanuel Catori, um dos sócios da farmacêutica Belcher. O depoente ficou em silêncio novamente diante de pergunta sobre o lucro que a empresa Belcher teria com a venda da vacina da CanSino. Dessa vez, a questão veio do senador Eduardo Girão (Podemos-CE). 

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A Belcher atuou como intermediária do laboratório chinês CanSino na negociação com o Ministério da Saúde pelo fornecimento de 60 milhões de doses da vacina Convidencia ao custo de R$ 5 bilhões.

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Belcher só suspendeu compra após CPI desmascarar trama, diz Rogério

Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou que a Belcher só cancelou a intenção de compra de vacinas depois que a CPI começou a desmascarar a "trama? que estava por trás da negociação da Covaxin.

"A Belcher, até a atuação desta CPI, reinava como intermediária para a compra de vacina. Quem estava por trás desse apadrinhamento??, questionou.

Conhecimento de Catori sobre advogado ligado a Barros ?espanta? Randolfe

Randolfe Rodrigues (Rede-AP) questionou a relação do depoente com Flávio Pansieri, advogado de Ricardo Barros. Catori admitiu que Pansieri foi contratado pela Belcher "para a parte regulatória?, mas disse que a relação do advogado com Barros é "mera coincidência?. Pansieri participou de reuniões com a Anvisa e da negociação de uma parceria entre a empresa farmacêutica e o Instituto Vital Brazil.

Randolfe expressou espanto com o grau de conhecimento do depoente, que o corrigiu, dizendo que Pansieri "não é sócio, é ex-sócio do genro de Ricardo Barros?

"Obrigado pela correção! Me chamou a atenção o conhecimento de V.Sa?, afirmou o senador.

Heinze defende novo debate sobre ?tratamento precoce?

Luis Carlos Heinze (PP-RS) reagiu às informações apresentadas pela Pfizer sobre o antiviral em desenvolvimento contra covid-19. O senador sugeriu que a CPI da Pandemia debata com cientistas o uso e os efeitos dessas medicações que fazem parte do "tratamento precoce?contra a covid-19. 

Em resposta, Omar Aziz (PSD-AM) pediu para que a secretaria da CPI coloque a resposta da Pfizer sobre o antiviral "em letras grandes e plastificadas? para consulta constante dos integrantes da CPI.

Catori diz que conheceu Luciano Hang em live

Questionado por Jorginho Mello (PL-SC), Emanuel Catori disse ter conhecido o empresário Luciano Hang, proprietário da Havan, durante uma live nas redes sociais. Tanto o senador quanto o depoente disseram admirar Hang, tendo afinidade com o empresário.

Depoente afirma que conversa sempre com Barros, mas não sobre vacina

A Eliziane Gama (Cidadania-MA), Emanuel Catori disse que mantém conversas periódicas com o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), por serem da mesma cidade, Maringá. Segundo Catori, mesmo com a quebra de sigilo telemático solicitada pela CPI, os senadores não encontrarão nenhuma conversa dele com o parlamentar com tratativas sobre a vacina. Ele ainda informou que todo processo para a negociação de imunizante no Ministério da Saúde foi feito de forma oficial, por meio de e-mails, e que as duas reuniões na pasta sobre a vacina ocorreram a partir do dia 19 de maio. Catori acrescentou que foi recebido pelo secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz.

Humberto Costa aponta crimes na negociação de vacinas

Para Humberto Costa (PT-PE), é inverossímil que a alegação de Emanuel Catori, de nunca tratou de venda de vacinas com o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), de quem o empresário é amigo e com quem convive em Maringá (PR):

"Eu não consigo acreditar que nos dias 13, 14 e 15 [de abril] esses empresários todos se reuniram com o secretário-executivo [do Ministério da Saúde], com a Embaixada da China, com o Ministério da Saúde, por um ?espírito humanitário? de doar vacinas para o SUS. Ao contrário, o tempo inteiro essas empresas atuaram no Congresso Nacional para facilitar a comercialização de vacinas. Houve aqui, sim, tráfico de influência, advocacia administrativa e outros crimes mais. Quem ofereceu vacina, eles não quiseram. Mas foram atrás de outros que eram mais caras ou que tinham intermediação, algum interesse?, comentou.

Com informações da Agência Senado



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